sexta-feira, 13 de abril de 2012

O CONTEXTO FILOSÓFICO DE PARMÉNIDES

Parménides de Eleia viveu num tempo de profundas convulsões sociais, políticas, económicas e mentais. Como foi dito a nova sociedade passou a usar a razão como instrumento de análise e, portanto, o novo mundo comercial e lógico não se satisfazia com as explicações caprichosas e contraditórias atribuídas aos deuses; para mais, descobriu-se que a Natureza possuía leis regulares, que a técnica poderia transformar a Natureza a favor do Homem e que esta também tinha uma lógica.
Neste âmbito, a filosofia de Parménides coloca essencialmente cinco questões: qual o fundamento de todas as coisas; o que é e como se conhece o Ser; qual o estatuto do Ser face à razão e aos sentidos; como se pode diferenciar a Verdade do Ser da mera Aparência Sensível; e como se pode diferenciar a Verdade universal da simples Opinião individual. No fundo, a questão fundamental da filosofia de Parménides é a busca de um Absoluto, sendo este o fundamento indubitável e inquestionável que permite estabelecer o sentido de todas as coisas. Assim, numa busca pela verdade e pelo absoluto os homens começaram a questionar-se sobre o fundamento natural de todas as coisas, ou Arkhé: são esses fundamentos o Infinito (proposto por Anaximandro), a Água (proposta por Tales de Mileto), o Ar (proposto por Anaxímenes) e o Fogo (proposto por Heraclito). Este último, Heraclito, foi um filósofo contemporâneo de Parménides que defendia que se Zeus (pai dos deuses) governa o mundo divino, já o Fogo governa com medida o mundo natural e a Lei governa o mundo humano; no fim, acima de Zeus, do Fogo e da Lei só está o Logos, ou seja, a razão cósmica.

 

Pitágoras, também contemporâneo de Parménides, contudo, afirma que o Número é a medida de tudo e a Harmonia numérica e geométrica são a relação formal entre todas as coisas; no fim, fica a razão e a lógica como fundamento de todas as coisas.
Parménides de Eleia, Tales de Mileto, Anaxímenes de Mileto, Anaximandro de Mileto, Heraclito de Éfeso e Pitágoras, no fim, perfazem o panteão dos primeiros filósofos, aqueles que tentaram exprimir pela razão e pela lógica uma nova forma de pensarem o mundo. São eles os Pré-Socráticos.

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